Caso Reggis: veja o que se sabe sobre morte de professor de dança encontrado em cova rasa no AC
05/10/2025
(Foto: Reprodução) Sob forte comoção, professor de zumba é enterrado no interior do AC
A morte do professor de zumba Reginaldo Silva Corrêa, em Epitaciolândia, no interior do Acre, segue causando comoção e revolta a familiares, amigos moradores do município. O corpo dele foi encontrado em uma cova rasa no último dia 1º, após seis dias desaparecido.
Dois suspeitos de envolvimento no crime estão presos. Ele foi sepultado na sexta-feira (3), sob forte comoção.
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Reggis, como era conhecido, havia desaparecido na noite de 29 de setembro, quando disse à ex-esposa, Keloiza Lima Paiva, que iria fazer uma entrega. Como a maior parte dos parentes dele não mora em Epitaciolândia, foi a mulher quem registrou boletim de ocorrência.
Ele havia retornado de uma viagem a Fortaleza e chegou a falar com Keloiza pouco antes de sumir. Ele teve o corpo localizado em um terreno entre as casas dos dois suspeitos.
O g1 reuniu abaixo o que já se sabe até agora sobre a investigação.
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Reginaldo Silva Corrêa, conhecido como Reggis
Arquivo pessoal
Quem era Reggis?
Lembrado por sua alegria contagiante, Reggis, que tinha 44 anos, comoveu toda a região do Alto Acre desde o registro do desaparecimento.
Acadêmico de Educação Física, ele era agente territorial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), coreografo e professor de dança no estilo zumba.
Ele deixou uma filha de seis anos. Após a confirmação da morte, parentes, amigos e instituições divulgaram notas lamentando o ocorrido.
Victor Oliveira da Silva, de 27 anos, monitorado da Justiça, e Marijane Maffi, de 46, são os principais suspeitos de assassinarem e ocultarem o cadáver do professor Reginaldo Silva Correa, no Acre
Arquivo/Polícia Civil
Quem são os suspeitos?
No mesmo dia em que localizou o corpo de Reggis, a Polícia Civil de Epitaciolândia prendeu dois suspeitos: Victor Oliveira da Silva, de 27 anos, e Marijane Maffi, de 46, vizinha do primeiro.
Em depoimento, Silva confessou o crime e disse ter atraído Reggis até sua casa para convencê-lo a retomar um suposto relacionamento amoroso que eles tiveram.
Os dois discutiram e, segundo o suspeito, ele aplicou um golpe mata-leão que deixou o professor desacordado. Logo depois, ele percebeu que o professor não tinha mais batimentos cardíacos.
O jovem ainda falou à polícia que dormiu a noite após o crime com o corpo de Reggis em seu quarto. Foi só na manhã seguinte que ele o enterrou. Silva teve a prisão preventiva decretada e segue preso.
Qual a participação de Marijane?
Segundo o depoimento de Silva, ele pediu a Marijane que levasse o carro de Reggis à Bolívia. O objetivo era esconder qualquer indício do crime.
Para ter a ajuda da mulher, ele alegou ter dito que estava vendendo o veículo e que havia um comprador na cidade de Cobija, vizinha a Epitaciolândia. Quando ela saiu para levar o carro, o suspeito disse que foi até a casa dela onde pegou ferramentas para enterrar o corpo de Reggis.
A Justiça chegou a conceder a liberdade provisória de Marijane mediante o uso de tornozeleira eletrônica e fiança de R$ 10 mil. Contudo, ela não pagou a quantia e também segue presa. A dupla deve ser transferida para Rio Branco.
Em seu depoimento, Marijane negou ter amizade com o vizinho e também disse que não teve participação no assassinato de Reggis.
A mulher confirmou a história de Silva e disse que deixou o carro em Cobija após o jovem insistir muito. Ela contou ter ido à cidade boliviana por volta de meia-noite de 26 de setembro, mas que, após não aparecer o suposto comprador do veículo, voltou para casa.
Ao retornar, Silva voltou a insistir que ela levasse o carro e disse que não precisava esperar que alguém aparecesse.
""[...] tinha conhecimento que o carro era da vítima Reginaldo, contudo o conhecia apenas pelo apelido de 'bebê'. [...] diante os apelos de Victor, a interrogada atendeu novamente o pedido, voltou para a Bolívia com o carro de Reginaldo, e deixou o veículo com a chave dentro", afirma o relato.
Como a polícia chegou até os suspeitos?
Foi entregue aos investigadores um notebook que pertencia a Reggis. No equipamento, descobriram a conversa da vítima com Silva em um aplicativo de mensagens.
Como o suspeito já era monitorado eletronicamente pela Justiça devido um outro crime, os agentes conseguiram o endereço de uma obra onde ele estava trabalhando e o levaram para depor. Logo que foi abordado pelos policiais, segundo a própria guarnição, ele começou a chorar e admitiu ter matado Reggis.
O suspeito também levou os policiais até o local onde o corpo do professor estava enterrado.
Autoridades bolivianas localizaram e devolveram o carro de Reggis
Alexandre Lima/Arquivo pessoal
Onde está o carro de Reggis?
Agentes da polícia boliviana localizaram o carro do professor e o entregaram à Polícia Civil do município vizinho.
O veículo deve passar por perícia para possível identificação de elementos que ajudem a esclarecer o crime.
VÍDEOS: g1